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sexta-feira, 11 de junho de 2010

ENTREVISTA COM WARPATH.



WARPATH LANÇA EP MASSACRE PDF Imprimir e-mail




Escrito por Elton Carlos e Bosco Silva   
06-Jun-2010




  












 


“Terrorism is mickey mouse sitting on a gallon of oil. The airplanes throwing napalm in some poor village”
“Terrorismo é mickey mouse sentado em um galão de óleo. Os aviões jogando napalm em uma vila pobre”  


WARPATH - Bombs with American stamps  




EM MEIO AO IMENSO INFERNO verde amazônico, entre tribos hostis canibais e corpos mutilados por gigantescos jacarés, como pensam os ignorantes, surge rasgando o espesso véu da noite, com riffs alucinantes, neste ilimitado caldeirão de criatividade cultural, o WARPATH, banda que neste imenso universo cultural pulsante de criatividade amazônico, se expande em uma imensa explosão de criatividade musical. E que detentora de uma longa tradição metálica de bandas seminais, não apenas paraenses, mas brasileiras, como o STRESS, surge como uma agradável, surpresa aos ouvidos dos amantes da boa música pesada. E com seu Thrash, Speed Metal, fechou, com chave de ouro, a noite do lançamento de seu EP MASSACRE, mostrando toda a criatividade e energia dos músicos underground paraenses, que não devem nada a ninguém, mesmo aos grandes centros musicais, brasileiros e mundiais.


E ao fim da noite ainda nos brindaram com uma pequena entrevista. 




CEREBRAU - O formato powertrio é circunstancial ou é intencional?


MÁRCIO – A intenção é sermos sempre um powertrio, porque experimentamos sermos um quarteto. E apesar de termos tido algumas coisas boas como quarteto, nosso som flui melhor como um trio, nas músicas ao vivo... em tudo. 




CEREBRAU – Como foi a produção do EP MASSACRE?


MÁRCIO – Inicialmente seriam quatro músicas apenas, não seria nem um EP seria uma demo. Mas como em 2008 nós gravamos ao vivo na [rádio] Cultura, nós pensamos: pô, nós podemos aproveitar algumas dessas músicas ao vivo também, que por sinal eram inéditas, tanto que desse EP das sete músicas só a última já tinha sido lançada em uma demo. Aí nós aproveitamos quatro que tínhamos gravado em estúdio, com mais três da gravação ao vivo da Cultura. Demos uma remixada, uma repaginada nas músicas. E fizemos um EP. 




  

WARPATH ainda como um quarteto 





CEREBRAU – E a gravação, como foi? Foi feita em quarteto ou trio?


MÁRCIO – Tanto na gravação ao vivo, de 2008, quanto na gravação em estúdio de 2009, foi em quarteto. Após as gravações que ficamos como trio. 




CEREBRAU – Qual o tipo de público que vocês querem atingir?


MÁRCIO – Bom, agente não tem muito esse propósito na verdade. Agente faz a nossa música e quem gostar... 




CEREBRAU – Mas sempre tem um público alvo a atingir.


MÁRCIO – Sim, com certeza. Mas é como falo para vocês, agente faz nosso estilo de música, mas têm muita gente que curte o estilo Thrash Metal, Speed Metal, mas não gosta da nossa banda... isso é normal, né? Isso é democrático. Então nós nunca temos essa preocupação: nós vamos atingir esse público, aqui. Não, agente toca nosso som, claro, que tem um público direcionado para aquele estilo. 




CEREBRAU – O que o EP traz de novidade com relação a outras bandas ou mesmo com relação a outras gravações?


MÁRCIO – Em termos de gravação, nós aprendemos muito na gravação deste EP. Em uma semana nós gravamos. 




CEREBRAU – Sobre a temática do EP, tem uma música, que fala sobre o Mickey Mouse. Fale um pouco sobre essa música.


MÁRCIO – Esta é a única letra em toda a história do WARPATH que eu não escrevi. E todo mundo pergunta, que história é essa de Mickey Mouse. Quem escreveu essa letra foi o Willian, o nosso baterista. É uma contestação contra o imperialismo estadunidense, que vende várias coisas, vende tecnologia, vende toda aquela propaganda, que na verdade, depois ele só faz te fuder. Então é uma crítica que Le faz de forma irreverente, ele põe Mickey Mouse, que é uma forma do imperialismo do Estados Unidos se expandir através de um personagem, só que as pessoas não se percebem disso. 




CEREBRAU – O que tu acha do chamado “Old School”? Tu acha que é voltar ao passado e não recriar, e ficar parado no tempo?


MÁRCIO – Eu penso assim: o Old School sempre tem que existir, até porque é a raiz. Eu particularmente gosto de criar com base no Old School, mas isso não impede que você fique fechado para outras idéias, idéias novas de bandas novas, musicalmente, tecnicamente falando. A raiz é o Old School, mas isso não que dizer que você vai ficar preso para o resto de sua vida. Você pode pegar outros elementos e incluir no teu Old School, eu penso assim, o dia que eu largar o Old School eu paro de tocar. 




CEREBRAU – Sobre a cena local, o que tu acha que está sendo feito pra progredir nossa cena, em termos de gravadora, show, casas noturnas, que abram espaço para o Heavy Metal, o que tu acha sobre isso?


MÁRCIO – A questão dos locais de show, agente sabe que tá complicado hoje. O que acho de negativo hoje em dia são os locais pra gente tocar, limitadíssimos... 




CEREBRAU – Mas sempre não foi assim?


MÁRCIO – Antes havia duas três opções, hoje em dia você não tem. Mas o que é bom é que você percebe que toda semana tem show. Agora, o que eu acho também, hoje, não sei se é um ponto negativo, uns cinco dez anos atrás, quando tinha show, talvez até porque eram poucos, lotavam. 




CEREBRAU – Quais são os próximos passos da banda?


MÁRCIO – A gente ainda quer divulgar até pelo menos ao final do ano esse material [o EP MASSACRE], e a partir de 2011, se nós tivermos condição financeira, porque o que impede muito é a condição financeira, né?, vontade todo muito tem. Mas se tudo der certo ano que vem agente já planeja fazer outro material. 




CEREBRAU – Quais são as influência do WARPATH?


MÁRCIO – O thashão Speed oitentista, dede o WHIPLASH, OVERKILL, HIRAX, D. R. I., que é um crossover, que agente curte pra c*, ASSASSIN. E, claro, coisas mais atuais... mas a essência é Old School. 




CEREBRAU – E a temática das letras?




MÁRCIO – A temática é a essência humana... da autodestruição humana: o próprio homem se destrói e culpa divindades ou coisas diabólicas, ele nunca se culpa. As guerras que ele proporciona, diz que é guerra santa, esse blá, blá, blá, todo. A guerra é o fruto de toda essa contradição humana, o homem batalhando contra o próprio homem, o homem destruindo o próprio homem. A temática lírica passa por todas essas questões. 




CEREBRAU – Como o WARPATH se comporta com relação a questão do Black e White Metal?


MÁRCIO – Essa questão da religiosidade, passando tanto pelo White e Black Metal, na verdade, nós não seguimos nenhuma nem outra. Nossas questões são outras. A gente discuti religião mas não dogmatiza a religião. A gente discuti o que é profano o que é sagrado, mas não defendemos nenhum lado nem outro. Eu, por exemplo, sou agnóstico... E nossas questões são mundanas. A questão da divindade ou do maléfico, ou como queiram dizer, isso aí são na verdade coisas que o ser humano cria pra justificar as suas falhas... eles tiram a culpa ou a responsabilidade deles e jogam para essas coisas.

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